A empresa Boehringer Ingelheim afirmou que até agora 260 casos de hemorragias fatais estão ligados a sua nova pílula anticoagulante Pradaxa, acrescentando que o risco de morte ainda está abaixo da taxa observada nos testes clínicos que levaram à aprovação do medicamento. No começo de novembro, a fabricante alemã afirmara que 50 mortes relatadas seria uma "ordem razoável de magnitude".
A empresa confirmou neste sábado, em comunicado, um número mundial de mortes mais de cinco vezes maior do que o anterior, inicialmente informado pelas revistas Der Spiegel e Die Zeit. Como outros tratamentos anticoagulantes, o benefício do Pradaxa de diminuir o risco de derrames fatais ou debilitantes também traz a possibilidade de causar hemorragias internas, algo que também custa vidas.
A Boehringer também afirmou que houve menos casos de efeitos colaterais fatais ligados ao Pradaxa do que eram esperados se os pacientes estivessem sendo tratados com o medicamento convencional, a varfarina, que a Boehringer tenta substituir. A varfarina é usada há décadas, mas é difícil de se lidar, porque interage com alguns vegetais e requer frequentes exames sanguíneos.
O Pradaxa, o primeiro de uma promissora classe de novos medicamentos para combater esses empecilhos, foi criado para evitar derrames em pacientes que possuem fibrilação atrial, um batimento cardíaco irregular comum em pessoas mais idosas. A Boehringer afirmou em seu comunicado que o risco de hemorragias fatais ligadas à varfarina é mais de 40% maior do que em relação ao Pradaxa, citando números do estudo RE-LY, que levou à aprovação da nova pílula.
Ainda assim, órgãos reguladores da saúde elevaram sua vistoria sobre o remédio. No mês passado, órgãos europeus afirmaram que pacientes que estavam por tomar Pradaxa deveriam ter seus rins examinados, e japoneses pediram em agosto que a Boehringer emitisse um relevante alerta a médicos sobre as potenciais hemorragias que podem ocorrer com o uso do medicamento.
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