20.01.2011
10h42m
NA CBN
Alta dos juros pode derrubar ainda mais o dólar
Em decisão unânime, o Copom decidiu aumentar a taxa de juros em 0,5 ponto percentual, como já era esperado. A elevação da Selic é sempre um remédio amargo, mas a nota do Caopom diz que é só o começo, o início de um ciclo de alta. E fica aquela contradição: o Brasil tem a maior taxa real de juros do mundo – de 5,5%, 6%, enquanto na Austrália, que está em segundo, é de 1,9% - mas ao mesmo tempo, a inflação está subindo. Vários fatores somados criam uma situação de risco.
Mas tem um dilema: cada vez que sobem os juros, pode derrubar ainda mais o dólar, afetando os exportadores de produtos manufaturados, que perdem competitividade. Ao mesmo tempo, por incrível que pareça, o efeito colateral positivo da queda do dólar é segurar um pouco a inflação. Esse é o único fator deflacionista que existe, a única água na fervura.
A alta de juros não pode ser o único remédio contra a inflação, porque o governo joga muita lenha na fogueira com o descontrole do gasto público. E não foi dado um sinal claro sobre ajuste até agora. Falaram que haverá corte de gastos, mas não disseram quando nem de quanto seria. Se o aumento dos juros for a única arma é ruim, é preciso usar a outra também.
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