(do livro POEMAS DO ENTARDECER III)
Ali está a cobra. À sua frente a aranha.
Aquela muito atenta, sempre à espreita,
Deixando à mostra toda a sua sanha:
Fazer daquele embate uma colheita.
A cobra se enrodilha e dá o bote.
A aranha quer fugir, mas não tem sorte.
E, por muito que lute e que se esforce,
Encontra na disputa a sua morte.
Quanta gente encontramos pela vida
Que, como cobra, ataca de surpresa,
E, num lance fatal, nos crava a presa!
Quanta gente indefesa cai ferida.
Mas a cobra...essa segue indiferente:
Gosta de rastejar, de ser serpente!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário