Rio de Janeiro
Brasil encerra Jogos Mundiais Militares em primeiro lugar
País obteve 114 medalhas, contra 99 da China, a 2ª colocada; resultado fortalece projeto das Forças Armadas que apoia atletas de alto rendimento
Desacreditado no início, Brasil saiu vitorioso no quadro geral de medalhas (Cesar Greco/Fotoarena/Folhapress)
O Brasil terminou em primeiro lugar na quinta edição dos Jogos Mundiais Militares, realizada no Rio de Janeiro e que se encerrou neste domingo. Terminada as últimas provas, o país ficou com 114 medalhas, sendo 45 de ouro. A China, segunda colocada no ranking geral, obteve 37 medalhas de ouro para um total de 99. A conquista coroa projeto desenvolvido há três anos pelas Forças Armadas de apoio a atletas de alto rendimento.
O resultado impressionou até o mais otimista dos militares brasileiros. No início das competições, o vice-almirante Bernardo Gamboa, presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB), afirmava que o objetivo do país era ficar em terceiro lugar – ainda assim despertava sorrisos e olhares incrédulos. Em 2007, na quarta edição dos Jogos, em Hyderabad, na Índia, o Brasil ficou num modestíssimo 33º lugar, com apenas duas medalhas de prata e uma de bronze.
A ascensão fulminante se explica pela nova política das Forças Armadas em relação ao esporte, iniciada há menos de três anos. No fim de 2009, saíram os primeiros editais do Exército e da Marinha convocando atletas de alto rendimento interessados em ingressar em seus quadros como militares temporários. De lá para cá, mais de 300 atletas tornaram-se marinheiros, soldados, cabos e sargentos. Passaram assim, além de receber o soldo todo mês, a treinar e viajar com o apoio das Forças Armadas.
“Quem tinha dúvidas sobre esse projeto agora não tem mais”, declara o almirante Gamboa, encantado com os resultados. “Foi uma bela surpresa. É lógico que sentia nos nossos atletas que eles estavam vibrando, mas apostei no terceiro lugar. De repente, veio o primeiro. Eles treinaram muito forte, participaram de todos os mundiais do Conselho Internacional do Desporto Militar (CISM) no ano passado e de outros torneios neste ano. Não foi fácil. Todas as medalhas foram conquistadas ponto a ponto, mas a preparação foi acertada”.
Último dia – Neste último dia de competição, o Brasil ganhou três medalhas de ouro, quatro de prata e duas de bronze. No futebol, a equipe feminina venceu a final contra a Alemanha por 5 a 0, em São Januário, com um ótimo desempenho da jogadora Kátia Cilene, que marcou dois gols. Danielle Batista, atacante titular da equipe que disputou recentemente a Copa do Mundo de futebol feminino, também fez dois gols. Bárbara Ferreira fechou a goleada.
A seleção militar de basquete, treinada pelo experiente Alberto Bial, derrotou a Grécia por 76 a 64, na Arena multiuso. Outro ouro brasileiro do dia foi conquistado por Jefferson Sgnaolin, que venceu a prova completa de equitação (CCE) masculina. O cavaleiro ainda fez parte do grupo que conquistou a prata por equipes no CCE. Cláudio Goggia foi bronze nos saltos.
As outras quatro medalhas brasileiras do dia foram conquistadas no triatlo. O país foi prata por equipes no masculino e na prova mista, além de obtido o bronze por equipes no feminino. Carla Moreno foi prata individual.
O feito brasileiro é mais um incentivo para a continuidade do projeto das Forças Armadas em relação ao esporte. “Contribuímos com o esporte de alto rendimento. Nosso programa é mais um tijolinho que colocamos no desenvolvimento brasileiro nessa área. Ele mostra que temos atletas capazes, que só precisam de apoio”, afirma o vice-almirante.
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