quarta-feira, 17 de agosto de 2011

DILMA, UMA ESPERANÇA DOS FAMILIARES DOS PREFEITOS - do PT - QUE FORAM ASSASSINADOS... LEIAM SOBRE O CASO DE CAMPINAS...

Família de Toninho do PT pede federalização do crime

Vamos lá, tratar de uma tema delicado. Peço que leiam com atenção. Nos comentários, não ousem além dos fatos, com acusações, suposições etc. Vocês saberão como fazer. Leiam o que informa Marília Rocha, na Folha Online. Volto em seguida.

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Familiares do prefeito de Campinas (93 km de São Paulo) Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, assassinado no dia 10 de setembro de 2001, pediram que a investigação do crime, ainda não esclarecido, passe para a Polícia Federal. Eles protocolaram ontem (9) um pedido para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, se manifeste sobre a federalização do crime e a conseqüente investigação pela PF.

De acordo com o advogado da família, William Ceschi Filho, já há, desde 2007, um procedimento com esse pedido, mas é a primeira vez que o procurador-geral da República é questionado a respeito do chamado incidente de deslocamento de competência, argumento que pode ser utilizado apenas por ele em casos de violação de direitos humanos, em qualquer fase de um inquérito ou processo. Caso seja favorável aos argumentos da família, o procurador-geral poderá solicitar ao Superior Tribunal de Justiça que o caso seja deslocado para a Justiça Federal e Polícia Federal. Atualmente, está com a Polícia Civil.

“Esse argumento já foi utilizado outras vezes, quando houve grave desrespeito aos direitos humanos e tratados internacionais”, afirmou Ceschi Filho. “Dez anos se passaram da morte do prefeito sem que linhas importantes fossem seriamente investigadas. É preciso que o caso mude de mãos”, disse. O prefeito foi assassinado após permanecer oito meses no governo. Quando saía de um shopping da cidade, dirigindo seu carro, foram disparados três tiros contra ele.

Em setembro de 2007, o juiz José Henrique Torres, de Campinas, decidiu –alegando falta de indícios - não aceitar a denúncia contra o seqüestrador Wanderson de Paula Lima, o Andinho, acusado pelo Ministério Público e Polícia Civil de ser um dos autores do crime. Para a família, a motivação foi política e há outras suspeitas de autorias em áreas cujos interesses o então prefeito confrontou.

O Ministério Público recorreu, mas o Tribunal de Justiça decidiu, em janeiro de 2009, reabrir as investigações. Um novo inquérito foi aberto na Delegacia Seccional de Campinas e, no início deste ano, mudou de mãos, passando para o delegado do setor de homicídios, Ruy Pegolo.

Voltei
Toninho foi assassinado quatro meses antes de Celso Daniel, o também prefeito e também petista — no caso, de Santo André — , morto no dia 18 de janeiro de 2002. Há dois aspectos em comum entre os dois casos:
a - as respectivas famílias não aceitam a tese de crime comum;
b - as duas famílias acabaram rompidas com o PT, sugerindo que o partido manifestou pouco interesse em investigar a morte até o fim.

Roseana Garcia, a viúva de Toninho, nunca se conformou com a hipótese de crime comum e sempre pediu para que a Polícia Federal entrasse no caso. Na campanha de 2002, Lula prometeu que faria isso se fosse eleito presidente. Nunca mais tocou no assunto. Roseana não conseguiu nem sequer se encontrar com ele depois.

No depoimento da CPI dos Bingos, em 2005, Roseana afirmou ter a convicção de que seu marido morrera em razão de uma tramóia política. Ela se disse, então, estarrecida com a morte de Carlos Delmonte Printes, legista que fez a autópsia no corpo de Celso Daniel e que apontou que o prefeito tinha sido vítima de tortura, o que enfraquecia a tese do crime comum. Para ela, os dois assassinatos estão relacionados, tese que o PT nunca abraçou. Num programa Roda Viva, o já presidente Lula — aquele que prometia pôr a Polícia Federal no caso — afirmou que se tratava mesmo de crime comum.

Roseana continua no Brasil, lutando para saber quem matou o marido. Um dos irmãos de Celso, Bruno Daniel, sua mulher, Marilena Nakano (ex-quadro do PT), e filhos vivem hoje como exilados na França. Ameaçados de morte, tiveram de deixar o país. Outro irmão do prefeito, João Francisco Daniel, também ameaçado, não revela onde mora. Eles sustentam que Celso havia criado um esquema de desvio de recursos da cidade para o PT e que foi assassinado quando descobriu, digamos, um desvio do desvio.

Petistas de Santo André prosperaram no governo federal. Dois secretários de Celso pertencem hoje ao primeiro escalão: Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, e Miriam Belchior, ministra do Planejamento, que já era ex-mulher de Celso quando ele foi assassinado. João Francisco Daniel diz que Carvalho lhe confessaram que levava malas de dinheiro de Santo André para o PT, entregando-as a José Dirceu. Os dois negam.

Por Reinaldo Azevedo

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