Sob o olhar de Maurinho Adorno – Gazeta 10.07.2014
Claudia Leitte homenageou Hulk.
Deu merda!
Na noite de terça-feira, como estava meio atordoado, resolvi ler um pouco para colocar as ideias em ordem. Em um livro de religião, no primeiro capítulo, um título interessante chamou minha atenção: Os 7 pecados capitais. Deles, quatro me fizeram refletir: a soberba, a vaidade, a preguiça e a gula. Imediatamente fiz uma ligação com o selecionado brasileiro – os craques estavam de “salto alto”, acreditando na vitória, com muita soberba. A preguiça tomou conta deles, talvez por terem comido muito, gulosos como são. Resolvi, após 7 minutos, deixar o livro de lado.
Comecei a pensar na partida com os alemães. 7 é conta de mentiroso. Dizem que Dom Pedro I, no exato 7 de setembro, não escolheu as belas margens do rio Ipiranga para proclamar a Independência, mas sim porque teve uma disenteria e parou para se aliviar. Assim, com repeito aos leitores, digo que 7 é o número da cagada. Dizem também, que ele estaria saindo da casa de sua amante, a Maria Domitila, depois de cometer um dos 7 pecados capitais, a luxúria.
Na preleção do Felipão, momentos antes do jogo, comentam que ele falou muito de vitória, e por 7 vezes citou: Deus é brasileiro. Os jogadores resolveram seguir ao pé da letra a vida do Todo Poderoso: como no 7º. dia Ele descansou, resolveram descansar em campo, esperando um milagre. No Corcovado, uma das 7 maravilhas modernas do mundo, o Cristo Redentor chorou. E tem gente apostando em uma mudança radical: destronar o Cristo e colocar o Mineirão em seu lugar, como uma das 7 maravilhas modernas do mundo. O papa estaria encabeçando o movimento; afinal, ele é argentino.
A dramática, tenebrosa e dolorida partida, somente foi menos cruel do que as 7 horas de agonia de Cristo. Eu me permito dar um conselho aos brasileiros: vamos enterrar a derrota a 7 palmos, e somente nos lembrarmos dela na segunda-feira, dia da Missa de 7º. Dia. Podemos também guardá-la num baú, fechando-o a 7 chaves.
Acho que eu estava realmente lelé da cuca na terça à noite. Sem saber por que, veio à minha mente a apresentadora Eliana cantando, em uma rodinha de crianças, “7 e 7 são catorze, com mais 7 vinte e um, tenho 7 namorados, mas não gosto de nenhum”. Ela deveria gostar de pelo menos 1. Mesmo que fosse de consolo.
Meu saudoso pai era um homem dos 7 instrumentos; fazia de tudo um pouco. Lembrei-me que certo dia nós assistimos a uma partida da seleção em nossa casa, na Rua Ministro Cunha Canto, 421. Ela foi derrotada. Se eu fosse supersticioso como o Zagalo, faria as contas 421 = 4+2+1 = 7. E acharia, por óbvio, que eu fui responsável pelo desastre canarinho. Mas, acho que a culpa é do jogo de sinuca. Os alemães entendem muito desse jogo. Chegaram no dia 7 a Belo Horizonte e jogaram por 7 horas. No dia seguinte, pensaram estar jogando sinuca: encaçaparam seguidamente as bolas até chegar à bola 7, e terminar a partida.
Cada brasileiro procura achar um culpado pela derrota brasileira. Eu também. Mas, eu me espelho no jogo dos 7 erros. Quando você acha o primeiro, você acha os 7. É sempre uma sucessão de erros. O primeiro erro cometido é responsável pelo desencadeamento de inúmeros outros, e ele foi da cantora Claudia Leitte. Na abertura da Copa, ao navegar pelas 7 notas musicais, ela vestia uma camisa com o número 7 às costas, o número do Hulk, talvez para homenagear sua bunda. Boa e correta homenagem, pois, literalmente, de bunda só sai MERDA.
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