Jonas Moura de Oliveirapublicou emIsmael Rodrigues
Ele é o jogador mais magoado do Brasil.
Entre os muitos injustiçados, se considera o maior.
Dono uma carreira brilhante.
Já foi melhor do mundo em 1999.
Ganhou a Copa de 2002.
A Champions League em 2003.
Tem no currículo Brasileiro, Espanhol, Grego e até Uzbeque.
Está milionário.
Mas não consegue parar de jogar futebol.
Aos 40 anos, Rivaldo assinou com o São Caetano.
E já deixou apalavrado que passará os 41 anos no Santa Cruz, no centenário do clube.
O que se passa com ele é grave.
Ainda mais quando o compara com quem lhe roubou a atenção da mídia mundial e brasileira.
Ronaldo.
Muitos técnicos, inclusive Luiz Felipe, creditam a Rivaldo ter sido o jogador mais importante em 2002.
Aquele que desequilibrou, 'deu' a Copa ao Brasil.
Mas ela se tornou do 'Fenômeno'.
Os méritos caíram no seu colo para não mais sair.
Quem não acompanhou a competição de perto pensa que Ronaldo fez o mesmo que Romário em 1994.
Não fez.
Foi importantíssimo nas conclusões, nos gols.
Mas quem articulou o time brasileiro foi Rivaldo.
Foi revoltando a escolha do melhor do mundo em 2002.
Venceu Ronaldo, escolha que teve um peso muito grande a reviravolta na sua carreira, na vida.
Em 2000 sua carreira estava condenada.
O sentimento generalizado é que não voltaria aos campos
Por suas gravíssimas contusões nos joelhos.
Mas ele conseguiu se superar.
Este lado emocional pesou demais a seu favor.
Rivaldo foi absolutamente injustiçado.
Ele também estava contundido e no último instante conseguiu disputar a Copa.
E foi brilhante.
Só que acabou em quinto.
Atrás de Oliver Khan, Zidane e Roberto Carlos.
Essa eleição foi um divisor na vida de Rivaldo.
Passou a ser mais amargo, irritadiço.
Via perseguição quando a realidade era outra.
A sua falta de carisma pessoal.
No mundo atual não adianta 'apenas' ser um jogador fantástico.
Para ser valorizado, encantar torcedor e patrocinadores é preciso carisma.
Dois exemplos que deveriam servir para acalmar a alma de Rivaldo.
Ronaldinho Gaúcho e Paulo Henrique Ganso.
Excelentes jogadores, mas sem carisma.
Torcedores de clubes o reverenciam.
Mas, mesmo sem levar em conta as noitadas de Gaúcho, ambos não atraem patrocinadores.
Na hora das entrevistas não prendem a atenção.
Não se impõem.
"Não vendem", me diz constantemente um amigo bem graduado do mundo publicitário.
Rivaldo teve a falta de sorte de Ronaldo ser seu contemporâneo.
Ele foi o primeiro jogador midiático do mundo.
A Nike e, mérito para quem neste caso merece, Rodrigo Paiva foram certeiros.
Transformaram a adversidade em esperteza.
Nos mais de dois anos em quem Ronaldo esteve contundido, seu tempo foi aproveitado.
Eram períodos esparsos.
Mas suficientes para como representante da ONU ir para países em conflito.
Sua presença servia de bálsamo para tanto sofrimento.
Lógico que fotógrafos e cinegrafistas registravam seus passos.
Foi maravilhoso para sua imagem.
Por isso há uma tolerância natural com ele.
Uma figura pública pega com três travestis e cocaína teria sua vida arrasada.
Ronaldo, não.
Ganhou tanto a simpatia mundial, que muitos esquecem.
Ou fazem de conta que esqueceram.
Na Copa de 2002, enquanto Rivaldo arrasava, só se falava do cabelo Cascão de Ronaldo.
Injusto?
Sem dúvida, mas 'vendia' muito mais.
Até porque quando Rivaldo dá suas entrevistas, ele não se solta.
Contido, desconfiado, magoado, sempre ficou para trás.
Ronaldo sabe muito bem como garantir as manchetes.
As frases que os jornalistas querem ouvir.
Sempre foi uma questão de retaguarda e de instinto.
Ele adora os holofotes.
Rivaldo, não.
E mesmo assim queria o reconhecimento.
Só que o tempo foi passando.
Como passa para todos.
Ronaldo teve uma sobrevida digna e festiva no Corinthians.
Quando engordou demais e as dores nos joelhos ficaram insuportáveis, parou.
Rivaldo não consegue deixar o futebol.
"Dá uma agonia enorme, parece que a gente vai morrer mesmo.
Foi o Falcão quem disse.
'Jogador morre duas vezes.
A segunda é de verdade.
A primeira é quando para de jogar.'
Mas não há outra saída.
Quando você pensa em uma jogada e o corpo não consegue fazer.
E o pior: qualquer garotinho o anula pelo simples motivo de correr mais.
A melhor coisa é admitir, que é melhor deixar o futebol."
Ouvi essas frases de Evair.
Prestei muita atenção nelas.
Como nas poucas entrevistas de Rivaldo no São Paulo.
Há dois anos, em janeiro de 2011.
Juvenal Juvêncio o apresentou como se fosse o novo Zizinho.
O camisa 10 vivido, que havia sido o melhor do mundo.
Os planos do marketing eram grandes, de arrumar até patrocinadores especiais.
Só que Rivaldo não rendia em campo.
Nem o fato de ter sido levado por Rogério Ceni disfarçou.
Ele não era o jogador das arrancadas, tabelas, chutes precisos.
Faltava força física e vários 'garotinhos' adversários o anularam, como diz Evair.
Sua saída foi melancólica.
Mas se recusando a admitir que seu tempo passou, quis continuar a carreira.
Foi para o pobre futebol angolano.
Uma festa inacreditável, o melhor do mundo em 1999 iria atuar pelo pobre país africano.
Acabou na reserva do Cabuscorp.
Decidiu voltar ao Brasil.
O São Caetano, sem dinheiro, usa a mesma estratégia há anos.
O clube contrata veteranos pagando pouco e garante a atenção da mídia.
E Rivaldo acertou por um ano.
Sabe que o clube não é mais nem sombra do que era no início dos anos 2000.
Não importa se será um saco de pancada.
Ele já jogou no Mogi Mirim, clube que é principal investidor.
Em abril, ele completará 41 anos.
Quer acabar sua carreira no Santa Cruz, aos 42 anos.
Rivaldo pensa que está adiando a sua 'morte' como jogador.
Mas falta alguém que seja amigo, que o avise.
Seu talento já garantiu a ele e à sua família uma vida maravilhosa.
Que parecia fadado a não ter, nascido em um barraco em Paulista, no Pernambuco.
Garoto que perdeu todos os dentes por não ter dinheiro para tratá-los.
E teve a tristeza terrível de ter o pai morto, atropelado e sem tratamento em um hospital público.
Seu tom afastará essas essas tristezas da sua família.
A hora é de olhar no espelho e ser sincero.
Mesmo treinando como um alucinado, seu tempo passou.
Tudo o que está conseguindo é estragar o que mais desejava preservar.
Sua imagem de excelente jogador que foi.
A idolatria no São Caetano e no Santa Cruz será efêmera.
O vigor físico se foi, o corpo não acompanha o raciocínio.
Não fosse assim, não iria para a reserva do futebol angola.
Rivaldo escolheu esse caminho.
Deve saber o que está fazendo.
Quem acompanhou o seu auge apenas lamenta.
Seu final de carreira é absurdo, sem sentido.
E não faz justiça a quem já foi melhor do mundo...
Entre os muitos injustiçados, se considera o maior.
Dono uma carreira brilhante.
Já foi melhor do mundo em 1999.
Ganhou a Copa de 2002.
A Champions League em 2003.
Tem no currículo Brasileiro, Espanhol, Grego e até Uzbeque.
Está milionário.
Mas não consegue parar de jogar futebol.
Aos 40 anos, Rivaldo assinou com o São Caetano.
E já deixou apalavrado que passará os 41 anos no Santa Cruz, no centenário do clube.
O que se passa com ele é grave.
Ainda mais quando o compara com quem lhe roubou a atenção da mídia mundial e brasileira.
Ronaldo.
Muitos técnicos, inclusive Luiz Felipe, creditam a Rivaldo ter sido o jogador mais importante em 2002.
Aquele que desequilibrou, 'deu' a Copa ao Brasil.
Mas ela se tornou do 'Fenômeno'.
Os méritos caíram no seu colo para não mais sair.
Quem não acompanhou a competição de perto pensa que Ronaldo fez o mesmo que Romário em 1994.
Não fez.
Foi importantíssimo nas conclusões, nos gols.
Mas quem articulou o time brasileiro foi Rivaldo.
Foi revoltando a escolha do melhor do mundo em 2002.
Venceu Ronaldo, escolha que teve um peso muito grande a reviravolta na sua carreira, na vida.
Em 2000 sua carreira estava condenada.
O sentimento generalizado é que não voltaria aos campos
Por suas gravíssimas contusões nos joelhos.
Mas ele conseguiu se superar.
Este lado emocional pesou demais a seu favor.
Rivaldo foi absolutamente injustiçado.
Ele também estava contundido e no último instante conseguiu disputar a Copa.
E foi brilhante.
Só que acabou em quinto.
Atrás de Oliver Khan, Zidane e Roberto Carlos.
Essa eleição foi um divisor na vida de Rivaldo.
Passou a ser mais amargo, irritadiço.
Via perseguição quando a realidade era outra.
A sua falta de carisma pessoal.
No mundo atual não adianta 'apenas' ser um jogador fantástico.
Para ser valorizado, encantar torcedor e patrocinadores é preciso carisma.
Dois exemplos que deveriam servir para acalmar a alma de Rivaldo.
Ronaldinho Gaúcho e Paulo Henrique Ganso.
Excelentes jogadores, mas sem carisma.
Torcedores de clubes o reverenciam.
Mas, mesmo sem levar em conta as noitadas de Gaúcho, ambos não atraem patrocinadores.
Na hora das entrevistas não prendem a atenção.
Não se impõem.
"Não vendem", me diz constantemente um amigo bem graduado do mundo publicitário.
Rivaldo teve a falta de sorte de Ronaldo ser seu contemporâneo.
Ele foi o primeiro jogador midiático do mundo.
A Nike e, mérito para quem neste caso merece, Rodrigo Paiva foram certeiros.
Transformaram a adversidade em esperteza.
Nos mais de dois anos em quem Ronaldo esteve contundido, seu tempo foi aproveitado.
Eram períodos esparsos.
Mas suficientes para como representante da ONU ir para países em conflito.
Sua presença servia de bálsamo para tanto sofrimento.
Lógico que fotógrafos e cinegrafistas registravam seus passos.
Foi maravilhoso para sua imagem.
Por isso há uma tolerância natural com ele.
Uma figura pública pega com três travestis e cocaína teria sua vida arrasada.
Ronaldo, não.
Ganhou tanto a simpatia mundial, que muitos esquecem.
Ou fazem de conta que esqueceram.
Na Copa de 2002, enquanto Rivaldo arrasava, só se falava do cabelo Cascão de Ronaldo.
Injusto?
Sem dúvida, mas 'vendia' muito mais.
Até porque quando Rivaldo dá suas entrevistas, ele não se solta.
Contido, desconfiado, magoado, sempre ficou para trás.
Ronaldo sabe muito bem como garantir as manchetes.
As frases que os jornalistas querem ouvir.
Sempre foi uma questão de retaguarda e de instinto.
Ele adora os holofotes.
Rivaldo, não.
E mesmo assim queria o reconhecimento.
Só que o tempo foi passando.
Como passa para todos.
Ronaldo teve uma sobrevida digna e festiva no Corinthians.
Quando engordou demais e as dores nos joelhos ficaram insuportáveis, parou.
Rivaldo não consegue deixar o futebol.
"Dá uma agonia enorme, parece que a gente vai morrer mesmo.
Foi o Falcão quem disse.
'Jogador morre duas vezes.
A segunda é de verdade.
A primeira é quando para de jogar.'
Mas não há outra saída.
Quando você pensa em uma jogada e o corpo não consegue fazer.
E o pior: qualquer garotinho o anula pelo simples motivo de correr mais.
A melhor coisa é admitir, que é melhor deixar o futebol."
Ouvi essas frases de Evair.
Prestei muita atenção nelas.
Como nas poucas entrevistas de Rivaldo no São Paulo.
Há dois anos, em janeiro de 2011.
Juvenal Juvêncio o apresentou como se fosse o novo Zizinho.
O camisa 10 vivido, que havia sido o melhor do mundo.
Os planos do marketing eram grandes, de arrumar até patrocinadores especiais.
Só que Rivaldo não rendia em campo.
Nem o fato de ter sido levado por Rogério Ceni disfarçou.
Ele não era o jogador das arrancadas, tabelas, chutes precisos.
Faltava força física e vários 'garotinhos' adversários o anularam, como diz Evair.
Sua saída foi melancólica.
Mas se recusando a admitir que seu tempo passou, quis continuar a carreira.
Foi para o pobre futebol angolano.
Uma festa inacreditável, o melhor do mundo em 1999 iria atuar pelo pobre país africano.
Acabou na reserva do Cabuscorp.
Decidiu voltar ao Brasil.
O São Caetano, sem dinheiro, usa a mesma estratégia há anos.
O clube contrata veteranos pagando pouco e garante a atenção da mídia.
E Rivaldo acertou por um ano.
Sabe que o clube não é mais nem sombra do que era no início dos anos 2000.
Não importa se será um saco de pancada.
Ele já jogou no Mogi Mirim, clube que é principal investidor.
Em abril, ele completará 41 anos.
Quer acabar sua carreira no Santa Cruz, aos 42 anos.
Rivaldo pensa que está adiando a sua 'morte' como jogador.
Mas falta alguém que seja amigo, que o avise.
Seu talento já garantiu a ele e à sua família uma vida maravilhosa.
Que parecia fadado a não ter, nascido em um barraco em Paulista, no Pernambuco.
Garoto que perdeu todos os dentes por não ter dinheiro para tratá-los.
E teve a tristeza terrível de ter o pai morto, atropelado e sem tratamento em um hospital público.
Seu tom afastará essas essas tristezas da sua família.
A hora é de olhar no espelho e ser sincero.
Mesmo treinando como um alucinado, seu tempo passou.
Tudo o que está conseguindo é estragar o que mais desejava preservar.
Sua imagem de excelente jogador que foi.
A idolatria no São Caetano e no Santa Cruz será efêmera.
O vigor físico se foi, o corpo não acompanha o raciocínio.
Não fosse assim, não iria para a reserva do futebol angola.
Rivaldo escolheu esse caminho.
Deve saber o que está fazendo.
Quem acompanhou o seu auge apenas lamenta.
Seu final de carreira é absurdo, sem sentido.
E não faz justiça a quem já foi melhor do mundo...
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