quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MIL PESSOAS SAEM ÀS RUAS DA CAPITAL PARA PROTESTAR...

Marcha contra corrupção atrai maçons, crianças e senhoras em SP

Cerca de mil pessoal participaram de manifestação na Avenida Paulista

Nara Alves, iG São Paulo | 12/10/2011 15:52

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A Marcha Contra Corrupção que acontece no Dia das Crianças reuniu em São Paulo, além de estudantes, famílias, associações de bairro e movimentos como a maçonaria. De acordo com a polícia militar, cerca de mil pessoas estão reunidas em frente a Museu de Arte de São Paulo (Masp) na Avenida Paulista e a expectativa é que o número aumente para 5 mil até o final da tarde.

Foto: AE

Marcha Contra a Corrupção reuniu cerca de mil pessoas em São Paulo

Os manifestantes não interromperam o tráfego de veículos e solicitam que os motoristas buzinem enquanto o farol está fechado. Com apitos, megafones e faixas eles pedem a aprovação definitiva da Lei da Ficha Limpa, o fim da imunidade parlamentar, a tipificação da corrupção na lei de crimes hediondos e a investigação sobre as denúncias do deputado Roque Barbiere, do PTB de São Paulo, de que deputados estariam vendendo emendas parlamentares.

Foto: Nara Alves/iGAmpliar

Integrantes da maçonaria engrossaram a Marcha

Os protestos contra políticos vão desde o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD), o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente do Senado José Sarnei (PMDB-AP) até o deputado Paulo Maluf (PP). De acordo com o coordenador do movimento Unidos Contra a Corrupção, Márcio Zalma, 43 anos, a marcha é apartidária. “Protestamos contra a corrupção em todos os níveis, desde o suborno no trânsito até a corrupção dos políticos. A corrupção está enraizada no povo”, disse.

Um dos movimentos que trouxe mais manifestantes foi o da maçonaria contra a corrupção. Cerca de 400 maçons engrossam a Marcha. Um deles é o analista de qualidade, Daniel Berbel, 23 anos. “A maçonaria é uma sociedade secreta filantrópica de mais de mil anos. Em São Paulo, tem cerca de 30 lojas (núcleos de reunião maçom) e no movimento contra a corrupção somos mais de 2 mil”, afirma o membro que faz parte do Núcleo da Lapa, que conta com 130 pessoas em sua maioria trabalhadores com mais de 40 anos.

Foto: Nara Alves/iGAmpliar

ONG de senhoras foi para dar exemplo a jovens

A Marcha também conta com a participação de senhoras da ONG Amigos Associados de Ribeirão Bonito. A aposentada Cristina da Veiga, de 62 anos, conta que conheceu a associação enquanto participava da marcha contra corrupção do 7 de setembro. “Somos um grupo de 20 pessoas, amigos de infância e decidimos aderir para dizer aos jovens: até quando você vai ficar sem fazer nada. A gente tem que mobilizar a juventude porque a gente já fez muito.”

“Estamos em todas”

Segundo a aposentada, as amigas participaram das passeatas pelo impeachment de Collor. “Eu estava grávida quando participei da Marcha da Família com Deus pela Liberdade em 64”, diz Maria Luiza Marques. “Estamos em todas”, completa Ana Maria Souza Queiroz, de 65 anos.

Foto: Nara Alves/iGAmpliar

Família comemora Dia das Crianças com participação no evento

Outro grupo que se associou à marcha desta quarta-feira foi o Eu Voto Distrital. Um dos líderes do grupo que conta com cerca de 100 pessoas é o empreendedor social Pablo Ribeiro, de 25 anos. Ele distribuiu aos manifestantes um folheto que pede assinaturas para incentivar a aprovação do voto distrital no congresso federal. A meta, segundo ele, é coletar 1 milhão de assinaturas para pressionar os parlamentares.

A técnica contábil Cleide Continho, de 37 anos, e o engenheiro Carlos Eduardo Minniti, de 51 anos, trouxeram as duas filhas, Ana Clara, 3 anos e Carla, de 12 anos, para comemorar o Dia das Crianças protestando contra a corrupção. “Trouxe elas porque a gente começa mostrando para os nossos filhos, para que a gente participe”, disse a mãe.

Cleide é ativista contra a verticalização de Perdizes e contra a especulação imobiliária abusiva na cidade de São Paulo. Com uma camiseta contra Kassab ela acusou o prefeito de interferir no crescimento do bairro por causa da especulação. “Assim como está acontecendo no Itaim por causa da venda do Quarteirão (da Cultura) nós também protestamos em Perdizes, mas a voz do povo não está sendo ouvida.”

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