- Nosso Cantinho O IMPACTO 04.05.2013“Sapo” tem almoçoespecial com o NeymarMaurinho AdornoUm dia o apelidaram de “Sapo”, uma referência à sua cidade, por estar às margens do rio Mogi Guaçu. Ele resolveu aceitar o apelido, ao considerar que o rio faz divisa com Mogi Mirim por 17 quilômetros. Não admitiria, contudo, que cantassem a musiqueta: “O sapo não lava o pé. Não lava porque não quer. Ele mora lá na lagoa. Não lava o pé, porque não quer”. Não era da família dos “Rhaebo guttatus”, um batráquio amazônico, pois se o fosse esguicharia seu veneno letal em todos os peixes do mar e dos rios, com exceção aos mandis. Sua alimentação predileta sempre foram formigas, vagalumes, moscas e lagartas. Do rio Mogi Guaçu tinha apetite pelos lambaris de rabo vermelho e bagres. Respeitava os mandis, pois sabia que um dia seriam seus aliados. Torcia por isso, apesar da rivalidade entre as espécies.“Sapo”, logo após deixar de ser girino, começou a planejar sua vida. Crescer e ter lugar de destaque na vida. Estufou o peito, com humildade, para não despertar a ira dos mandis. Ou, como dizem as más línguas, para não levar uma ferroada na garganta, principalmente se o peixe fosse mandi amarelo, o chamado “mandi guaçu”. Reuniu companheiros e iniciou uma fase de luta para conquistar um lugar ao sol, à beira do rio. Montou uma equipe de futebol e, ao longo de sua existência, contou com verdadeiros craques como Mingau, Maina, Jonas Araújo, Bira Martinelli, Toninho Diamantino, os irmãos Henrique e Hugo Stort, Valber, Leto, Rivaldo, e etc. Destaque ao Chicão, o grande líder para o acesso à 1ª. divisão do Paulista.A cidade e a região vibraram com o “Sapo”. Num dos melhores gramados do país, ele sempre recebeu a elite do futebol: Palmeiras, Santos, São Paulo, Corinthians e até a Macaca que, de galho em galho, se submetia ao seu coaxar. “Sapo” e sua torcida queriam sempre estar no topo. Mas, às vezes, ele ficava triste. Coaxava aos amigos mandis:– O “seu” Wilson queria apenas ficar na Primeira Divisão. O “seu” Rivaldo também. Eu preferia que o “seu” Helio Vasone continuasse presidindo o clube, ele é do ramo.Numa entrevista ao radialista Geraldo Bertanha coaxou:– O negócio dele, Rivaldo, é revelar atletas e vendê-los para ter lucro, investir o mínimo possível. Eu sonho com o Brasileiro, mas “seu” Rivaldo não quer.Outro assunto que nunca atravessou a garganta do “Sapo” era a denominação do estádio. Coaxava sempre aos amigos:– Eu não mudaria o nome de “Vail Chaves” nem com reza brava, nem mesmo para “João Paulo II”.Nos últimos tempos, “Sapo” estava feliz: “seu” Hélio Vasone iria devolver o nome do estádio para o benemérito Vail Chaves. Decepcionou-se. À beira do rio Mogi Guaçu, desabafou com os mandis:– Bastou o “seu” Hélio tocar nesse assunto para ser expulso do clube.O sonho do “Sapo”, contudo, é ganhar o Campeonato Paulista. Não mede esforços. Nesta semana, logo na segunda-feira, contratou um “chef” de culinária, Mauro Mason Adorno, para preparar receitas de peixes de água salgada para toda a semana. Elaboraram o cardápio: segunda, Badejo; terça, Atum; quarta, Corvina; quinta, Bonito; e, na sexta, Anchova. Todos os pratos elaborados com ervas finas e entradas especiais. Faltava o cardápio de sábado. “Sapo” explicou:– No sábado, vou receber o Neymar para o almoço, e preciso que você faça um prato muito especial. Dependo de você para ganharmos o jogo contra o time do Santos.Mauro não entendeu nada. “Mas, o que o almoço tem a ver com a vitória do Mogi?”, indagou.“Sapo”, com ar sorrateiro, falou em voz baixa:– Faça um Robalo bem gorduroso, com molho carregado de muito Lacto-purga.
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