Nosso Cantinho O IMPACTO 16.03.2013 Maurinho Adorno
Após muita discussão,
Chiquinho se torna Papa
A fumaça branca quase não saiu da chaminé da Basílica de São Pedro, na quarta-feira. Terminado o conclave, antes do “Habemus Papa”, o cardeal Jean Louis Tauran, cumprindo o ritual, se dirigiu ao cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, eleito Papa, e perguntou:
– Qual o nome que Vossa Santidade deve ser chamado?
– Don Diego, responde ele, com sorriso na face.
Na Capela Sistina, onde havia uma grande expectativa, os cardeais deram início a um tremendo burburinho. Uns contra, outros a favor. O novo Papa, cansado pelas inúmeras reuniões, dormiu literalmente. Um dos cardeais falou em voz baixa para não acordar o Sumo Pontífice.
– Eu concordo com o nome do Papa. É uma justa homenagem a Don Diego De La Vega, um lutador em favor dos pobres e oprimidos. Além disso, fazemos uma média com os Estados Unidos.
Um cardeal americano, muito satisfeito, fez sua sugestão:
– Ele deve usar máscara e podemos até comprar um cavalo branco bem bonito para ele desfilar na Praça São Pedro.
Outro cardeal, nigeriano, preocupado com a imagem do novo chefe, sugeriu:
– Mas, precisamos evitar que todos o chamem de "Zorro".
Nesse momento, Jorge Mario interrompeu seu cochilo, e falou com voz alta:
– Vocês não me entenderam, eu pensei em homenagear o Dieguito, o melhor jogador de futebol de todos os tempos.
Um cardeal italiano, fanático por futebol, com toda sua autoridade, falou:
– Não pode ser Diego, Dieguito e nem Diego Maradona. Vocês lembram que ele fez um gol com as mãos contra a Inglaterra, em 1986? Ele ainda blasfemou, dizendo que era a “Mão de Deus”. Vão achar que o Sumo Pontífice meteu a mão na eleição papal.
O cardeal da Colômbia pediu a palavra:
– Ele, o Diego Maradona, assumiu que cheirava cocaína. Se o Sumo Pontífice adotar seu nome vão dizer que eu trafico cocaína da Bolívia para abastecer o Papa. Pior ainda, na cueca, debaixo da batina.
Um cardeal argentino foi contra a escolha do nome sugerido pelo seu conterrâneo:
– O Brasil vai achar que nós estamos afrontando. Eles não têm senso crítico, acham que o Pelé foi melhor que o imortal Dieguito.
Um dos representantes brasileiros no conclave tentou minimizar:
– Em relação à afronta, ela não deverá ocorrer. Jamais a presidente Dilma Rousseff vai colocar caroço em nosso angu. Ela não entra numa Igreja desde 2010. Esteve em Aparecida para fazer campanha eleitoral, depois, sumiu. Além disso, dizem que ela não gosta de futebol e é ateia.
Iniciaram novas votações, agora para decidir sobre o “nome de guerra” do novo Papa. Os fieis católicos esperava na praça. Depois de três escrutínios sem alcançar 2/3 dos votos, o Sumo Pontífice argentino levantou e disse:
– Eu quero ser chamado de Francisco.
Os comentários foram os mais diversos.
– Vão chamá-lo de Chico e a Igreja Católica terá que pagar royalties ao Maurício de Souza, detentor do nome “Chico Bento”, disse um deles, amigo particular de Bento XVI.
– E o Chico Buarque, ele vai achar que ele é o novo Papa, disse um cardeal carioca.
Um cardeal, católico fervoroso, fez essa observação:
– Vão confundi-lo com o Chico Xavier e dizer que o Sumo Pontífice é espírita. Isso vai pegar mal.
O Papa Jorge Mario lembrou-se dos tempos em que seu amigo, o autoritário general Jorge Videla era ditador na Argentina e, em com voz alta, ordenou:
– Está decidido, vou me chamar Francisco. Mas, podem me chamar de Chiquinho. A fumaça branca foi expelida.
Maurinho Adorno é jornalista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário