Música Caipira: As 270 maiores modas de todos os tempos
Olá pessoal! Trazemos a todos os nossos amigos do Cultura Caipira Blog a estreia de mais uma nova Categoria em nosso site: a Biblioteca Caipira! Pois aqui nóis é caipira e tem cultura E para darmos início à esta seção, nada melhor que falarmos sobre uma obra prima de José Hamilton Ribeiro.
Ele é simplesmente o jornalista mais premiado do país, com sete (7!) Prêmios Esso, o mais importante prêmio destinado aos profissionais de imprensa. Com 78 anos, 15 livros escritos e repórter do Globo Rural há 29 anos, conhece como poucos o Brasil rural, tropeiro e caipira. É uma autoridade no assunto!
Já havia lido e ouvido sobre este livro, tanto é que nosso quinto artigo, “A música caipira é um tesouro cultural” fala sobre ele. A grande questão era encontrar a obra! Nas livrarias virtuais ele sempre está com a edição esgotada. Até que um dia meu amigo e parceiro de viola, em um de nossos encontros, chega com um exemplar do pai dele em mãos e diz: “Você conhece este livro? Tem que ler ele!” Peguei emprestado e realmente é um excelente guia para quem gosta e escreve sobre o assunto. Inclusive, algumas das músicas da nossa categoria Música Caipiraestão ali listadas, e ainda restam muitas outras para postarmos aqui. Algum tempo depois, minha esposa encontrou um bem baratinho em um sebo virtual de SP, e é este que está aí na foto tirada no fundo de nosso quintal – não é o livro do seu pai, viu parceiro
Pedi para uma colaboradora do blog, com ampla formação acadêmica na área de letras, fazer uma resenha do livro para publicar aqui para vocês. Ela solicitou se manter anônima, e vamos respeitar seu pedido. Espero que vocês gostem!
* * *
No livro Música Caipira, escrito por José Hamilton Ribeiro, profissional de imprensa mais premiado no Brasil, lançado pela Editora Globo, em 2006, o autor presta homenagem à autêntica música de raiz e aos artistas que a transformaram em patrimônio da identidade nacional.
Nessa obra, fruto de vasta pesquisa sobre a música e cultura caipira, José Hamilton estabeleceu critérios rígidos e claros, seriedade na escolha, depois de ouvir 2000 músicas, fez o inventário das “270 melhores modas de todos os tempos”, sendo 120 com as “dez mais” de cada subgênero (os melhores pagodes, as mais engraçadas, as mais apaixonadas, etc.) O livro traz também trechos de letras e comentários sobre autores, intérpretes ou curiosidades de cada composição, as origens, o apogeu e o futuro da música caipira.
A nossa música caipira tem sua origem no descobrimento do Brasil. Junto com a tripulação vieram músicos e trouxeram uma viola que na época era moda em Portugal, e então, os jesuítas usaram como forma de catequizar os índios. Ao português e o índio juntou-se o negro escravo para dar mais qualidade à mistura, com sua musicalidade e ritmo.
O primeiro disco da música caipira no Brasil é da dupla Caçula e Mariano (pai e tio do sanfoneiro Caçulinha) Jorginho do Sertão, gravado em 1929, a música é do Cornélio Pires, a partir desta data o mundo caipira não parou de crescer.
No mercado brasileiro, a música sertaneja ocupa o terceiro lugar em termos de venda de discos em função de bons vendedores de discos, como os “sertanejos modernos” Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Leonardo, Daniel e outros.
Para Zuza Homem de Mello, estudioso de música, diz que sertanejo é o “gênero” e caipira a “espécie”. O gênero sertanejo está em todo o “sertão” brasileiro, e sertão tem no Brasil inteiro, seja do Nordeste, do Centro, do Sul, do Sudeste. Essa música caipira de que trata o livro, é a música sertaneja dentro dessa área geográfica do país, Piracicaba, Sorocaba e Botucatu [cidades do estado de SP]. Assim, música caipira é a música do Sudeste.
Tonico e Tinoco foram durante quase 50 anos os maiores artistas caipira do rádio e do disco. Foram os pioneiros em quase tudo: primeira dupla caipira a cantar na TV, gravar LP, apresentar-se no Teatro Municipal de São Paulo e no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.
Os patriarcas, fundadores da música caipira, representam o momento histórico mais significativo da música caipira. José Hamilton compara a uma equipe de futebol com a seguinte escalação: Raul Torres, o capitão; Teddy Vieira, o artilheiro; João Pacífico, o meio-campo; Tonico e Tinoco, os preferidos da torcida; Vieira e Vieirinha, os malabaristas; Carreirinho, o falso ponta; José Fortuna, o motorzinho; Cornélio Pires, o salva-pátria; quadrado mágico: Sulino, Palmeira, Serrinha e Angelino; Mario Zan, o técnico.
Um comentário:
Boa noite a todos! Obrigado por replicar nossa postagem. Sejam bem vindos ao nosso site quando quiserem.
Grande abraço!
Douglas A.B.
www.culturacaipira.com
Postar um comentário