quinta-feira, 20 de junho de 2013

SAPIENTE CRÔNICA QUE DEVERIA SER LIDA EM TODAS REUNIÕES... UMA HARMONIA QUE NOSSO PROFUNDO HINO DESPERTA... (curta esta beleza...)

Gazeta Guaçuana – 20.06.2013 
M E T R A L H A D O R A
Maurinho Adorno
Do berço esplêndido
à luta com braço forte
Ouviram da Avenida Paulista, de um povo sofrido, mas heroico, um grito retumbante que começou a ecoar para outros bairros e estados, até alcançar o país todo. O sol brilhou e a lua também apareceu, iluminando a marcha pela liberdade e o clamor da igualdade. As conquistas estão chegando e estão sendo arrancadas, não com braço forte, mas com vozes e cartazes lamuriando os desmandos governamentais.
No raio vívido, surge a esperança pela justiça social num país gigante pela própria natureza. Esse país um dia se tornará belo, forte, impávido e colosso se a camada mais pobre tiver uma saúde de nível. Não adianta ser terra adorada e idolatrada, se o povo não é amado, não é respeitado, não é dignificado. Nossos bosques terão mais vida se regados pela decência e pela moralidade dos administradores públicos. Um dia nossos campos terão mais flores.
Nesses dias em que o clamor popular saiu às ruas, o país percebeu que seu filho não foge à luta pacífica, e tampouco estava deitado eternamente em berço esplêndido. Esses políticos terão que refletir – e muito. Essa batalha deve ser ordeira, evitando a baderna que alguns desajustados estão promovendo, denegrindo um movimento reivindicatório dos mais justos.
O brado retumbante não nasceu apenas pelos R$ 0,20 do reajuste dos ônibus urbanos da capital, mas está sendo o estopim para a colocação do repúdio à forma com que a população está sendo tratada pelas autoridades. Como é o caso da Proposta de Emenda Constitucional 37 (PEC-37), que tira do Ministério Público (MP) a clava forte de investigar os desmandos. É graças ao MP que estão sendo descobertos os mais cabeludos casos de corrupção envolvendo dinheiro público.
O país se levantou de seu berço esplêndido para mostrar seu escárnio pelos R$ 28 bilhões gastos com a Copa do Mundo, a maior parte bancada pelo governo federal, via Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Um dinheiro que deveria ter sido ser canalizado para melhorar o nível de vida do sofrido povo brasileiro.
Ouviram dos aposentados, às margens fétidas do Rio Tietê, o inconformismo pelo assalto aos seus rendimentos, após 35 anos de trabalho à pátria amada e idolatrada. Uniram-se a esses aposentados, professores mal remunerados e desestimulados pela falta de condições mínimas para o desenvolvimento de seu sacerdócio. Perfilaram os familiares daqueles que penam às portas dos hospitais à espera de uma vaga para uma cirurgia. Aglutinaram-se as vítimas da violência que corre solta no país afora, dispostas a deixar claro que não fogem à luta, mesmo que para vencê-la tenham que usar o braço forte.
Está brilhando no céu da pátria, nesse instante, o repúdio à corrupção instalada nos diversos níveis governamentais, sejam eles do Executivo ou do Legislativo. E um basta à impunidade, nessa pátria mãe gentil, em que condenados por corrupção continuam a ocupar cargos legislativos, nodoando o símbolo nacional e renegando a ordem e progresso. A população brasileira está unida para não deixar que esse gigante pela própria natureza se transforme em um gigante de pés de barro. E espera que o lábaro, hoje na penumbra, ressurja iluminado pelo sol da liberdade, realmente com seus raios fúlgidos.

Mauro de Campos Adorno Filho
é ex-diretor dos jornais Gazeta Guaçuana e O Impacto.
  • Mauro Adorno Filho Obrigado, Maria Julia.
    há 13 horas · Curtir · 1
  • Odinovaldo Dino Bueno Uma crônica - sapiente mestre Maurinho Adorno - que deverá ser lida, curtinda e aclamada em reuniões! Pois reflete, com criativa arte, a manifestação que todos gostariam de ler e ter ao alcance, em todos os momentos, para se expressar à frente de verdadeiros brasileiros, patriotas, ávidos pelo seus direitos. Parabéns pela divina inspiração... Vamos, amigo Maurinho, divulgar e guardar na nossa útil coleção...

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