Gazeta Guaçuana – 06.06.2013
M E T R A L H A D O R A
Maurinho Adorno
Valério é uma farsa,
Lula é um falastrão
Marcos Valério de Souza, o publicitário condenado a 40 anos de prisão por ter operado o “Mensalão do PT”, é uma figura controvertida. Em depoimento prestado ao Ministério Público em Minas Gerais, ele deu uma cartada: falaria e poderia incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Antonio Palocci, desde que sua pena fosse reduzida pelo benefício da delação premiada. Como o processo principal já foi julgado, a concessão ficou legalmente impossível. E, em consequência de sua decisão, ficará a dúvida se os dois petistas realmente pediram à Portugal Telecom, um repasse de US$ 7 milhões ao Partido dos Trabalhadores, conforme o publicitário havia declarado em setembro do ano passado.
Valério deve ter seus motivos para ter mudado diversas vezes seus depoimentos. Ou ficar calado, como ocorre agora nesse novo processo. Em certa feita declarou que havia sido jurado de morte por petistas, conforme confidências de Paulo Okamoto, no caso de envolver Lula nos escândalos. Okamoto é amigo de confiança do ex-presidente. Em verdade, durante todo o desenrolar do processo, o publicitário atirou farpas para todos os lados, tentando conseguir se livrar da condenação. Não é confiável. Também não é louco. Parece ser um aloprado, sem medir as consequências de seus atos. É uma farsa. Está mais para um egoísta vil.
Acho que Lula deveria ser investigado pelo simples fato de eu acreditar que ele conhecia todo o esquema. É inimaginável que ele, centralizador como todo e qualquer tirano, não soubesse das dívidas do partido e do posterior esquema de compra de votos dos deputados envolvidos. Até porque estava em curso um esquema destinado à perpetuidade no poder – e ele era o primeiro interessado. Era – e ainda é – o nome mais forte do partido, o dominador das massas. José Dirceu, condenado como mentor de toda a falcatrua, não ousaria omitir ao chefe um projeto de tal envergadura. Seria uma traição abominável.
Lula é um falastrão, inteligente e sagaz. É hoje o que poderíamos chamar de “pai dos pobres”, graças aos inúmeros programas paternalistas que implantou com o dinheiro público para se solidificar politicamente junto à massa. Não admito essas manobras. Admiro o “dai de comer a quem tem fome”, mas dai também o emprego. Sou adepto da frase “o trabalho dignifica o homem”. Mas, aparentemente os programas sociais de Lulas visam perpetuar a dependência e, por conseguinte, o retorno nas urnas.
O tempo é o senhor da razão. E ele aos poucos ele vai mostrando a farsa chamada Lula. Pagar o Fundo Monetário Internacional (FMI) era um mero jogo. O dinheiro para o pagamento saiu dos cofres dos banqueiros – aumentamos nossa dívida interna, e a externa tem subido avassaladoramente. Em nossos dias a crise econômica está nos noticiários. A iniciativa privada faz sua parte, como no caso dos agricultores. Recordes de produção de grãos que se perdem pela falta de estrutura no escoamento das safras. Caminhões em filas intermináveis são vistos diariamente à entrada de nossos portos. Esse não é o meu Brasil, é o Brasil de Lula e companhia limitada.
Não se trata de Marcos Valério aparecer como o homem que detonará o castelo de areia. Essa tarefa cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) que, de posse de fortes indícios de participação Lula no “Mensalão do PT”, deveria – ou deve – esmiuçar as entranhas dessa violação do dinheiro público. Lula, num gesto de grandeza, deveria requerer ao STF a instauração de um inquérito para apurar seu envolvimento. Por que não o faz?
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